A inteligência do meu… cachorro – O que ele pode fazer que nós não podemos?

Por Virgílio Vasconcelos Vilela, editor do site Possibilidades

Eu poderia falar aqui várias capacidades que você tem, mas prefiro lhe falar das capacidades que observo no meu cachorro, na suposição de que se animais podem fazer algo, humanos também podem. Aceitável, não? E realmente, acho que meu cachorro Kirus, um maltês (o mesmo cachorro que mudou o mundo), muito esperto.

Para começar, ele tem uma incrível capacidade de reconhecer padrões. Se você repetir um comportamento três ou quatro vezes, ele detecta e começa a usar aquilo para alguma coisa. Por exemplo, por três dias acorde, vista a roupa e leve-o para passear, e no quarto dia, assim que você vestir a roupa, ele já está louco atrás de você para sair. Aliás, isto evidencia outras capacidades que ele tem: de lembrar algo que aconteceu e usar isto para projetar o que vai acontecer no futuro próximo, e ainda de ligar o acontecimento a palavras. Experimente falar a palavra “passear” para o Kirus; ele fica maluco, acelera a respiração e fica pulando na porta. Bem, isto depende também do tom de voz que você usa, o que ele distingue muito bem.

Desde bem pequeno, ele adora brincar com uma de minhas mãos, como se fosse outro cachorro. De vez em quando eu dava uma rasteira nas suas patas dianteiras. Logo ele aprendeu a rapidamente levantar as patas e se esquivar. Outra hora ele vinha e era jogado longe. Rodopiava e vinha de novo. Após algumas vezes, passou a vir meio de lado, se protegendo do golpe. Ou seja, diante de uma situação, Kirus é capaz de gerar novas alternativas de ação para se proteger. Outra evidência disso é quando fica sem água: ele pede o que quer fazendo barulho com a patinha na vasilha. Sem falar nas vezes em que ele tentou induzir alguém a levá-lo para passear indo e voltando da porta todo sapeca.

 Se você tampa seus olhos ou o cobre todo com um cobertor, por exemplo, ele continua a perseguir a mão ou outra coisa que esteja fazendo. Isto quer dizer que ele é capaz de manter e atualizar no cérebro uma representação das coisas, um modelo do ambiente, que ele usa para se guiar quando não está vendo. Imagine a capacidade de processamento que o bicho deve ter para fazer todas essas coisas.

Com aquele cérebro diminuto (comparado com o nosso), ele ainda é capaz de sentir emoções, como ficar ansioso (ao perceber que vai passear), deprimido (como quando ficou sem sua “família”), alegre (quando ganha um presente), indiferente (quando chamamos às vezes ele vem, às vezes não) e afetuoso (com quase todo mundo).

É, há mais coisas na natureza do que minha vã filosofia tem capacidade para supor.

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