Esporotricose Canina

Esporotricose Canina

“A epidemia no estado do Rio de Janeiro é a maior casuística da história,
ultrapassando a ocorrida na década de 1940 na África do Sul” (1);
“Na epidemia do Rio de Janeiro, no período de 1998 a 2009, foram diagnosticados cerca de 120 cães com esporotricose,
adquirida principalmente através do contato com gatos doentes.” (2); “Os exames citopatológico e histopatológico,
são utilizados no diagnóstico presuntivo da esporotricose nos felinos,” (3); “As leveduras são numerosas na maioria das lesões cutâneas de felinos, ao contrário das outras espécies animais.” (4).

Entendendo melhor a doença

A esporotricose é uma micose profunda – ou sistêmica causada por um agente fúngico originário do solo conhecido como Sporothrix sp. Diversas espécies desse agente já foram reconhecidas e a agressividade do quadro clínico está relacionada, dentre outros fatores, a espécie.

Pode ser transmitida ao ser humano e a uma variedade de animais. O felino doméstico é o animal mais susceptível a doença e desempenha um papel importante na transmissão zoonótica. Desde a década de 90 ocorre no Rio de Janeiro uma epidemia da doença, envolvendo seres humanos, cães e gatos.

A infecção ocorre usualmente pela implantação traumática do fungo na pele, através de fragmentos vegetais, matéria orgânica de solo contaminado ou através de mordedura, arranhadura ou contato com exsudatos de lesões de pacientes contaminados.

A única maneira de realizar o diagnóstico, no caso dos animais, é através da avaliação médico veterinária. Exames complementares são necessários e essenciais para a execução do correto diagnóstico e consequentemente a indicação da melhor abordagem terapêutica.

A demora na realização do diagnóstico e tratamento leva a propagação da epidemia, evolução rápida das lesões, eventualmente “falência terapêutica” e – em muitos casos, óbito do paciente.

Texto confeccionado pelo médico veterinário integrante da equipe de especialistas da Veterinária Xanadu Dr. Tiago Abrahão Pereira Nunes – Mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV).

Literatura consultada:

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA TERAPÊUTICA AO IODETO DE POTÁSSIO NA ESPOROTRICOSE FELINA, 2011.

 

Referências:

1) Esporotricose urbana: epidemia negligenciada no Rio de Janeiro, Brasil, 2012.
2) Sporotrichosis: development and challenges of an epidemic, 2010.
3) Feline sporotrichosis: histopathological profile of cutaneous lesions and their correlation with clinical presentation, 2013.
4) Evaluation of an epidemic of sporotrichosis in cats: 347 cases, 2004.

*fotos autorizadas pelos tutores.

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